A OpenAI acaba de oficializar a aquisição da io, startup de hardware cofundada por ninguém menos que Jony Ive, o designer por trás de alguns dos produtos mais icônicos da Apple, como o iPhone, iPod, iPad e Apple Watch. A transação, avaliada em cerca de US$ 6,4 bilhões em ações, representa mais do que uma movimentação financeira: sinaliza a intenção da empresa de Sam Altman de levar a inteligência artificial para além do universo dos softwares.
Um novo capítulo na era da IA
A compra da io marca um novo momento na corrida pelo domínio da IA. Agora, além de disputarem a liderança no desenvolvimento de modelos linguísticos, empresas como a OpenAI começam a direcionar seus esforços para criar dispositivos físicos que materializem o potencial da inteligência artificial. A estratégia também surge como uma resposta aos insucessos recentes de outras startups que tentaram inovar no segmento, mas não conseguiram se firmar.
Mistério e promessas
Apesar da grande repercussão, os detalhes sobre o projeto ainda são escassos. Em um vídeo de quase dez minutos, Altman e Ive celebraram a união das empresas sem revelar exatamente o que estão desenvolvendo. Ao final, deixaram apenas uma expectativa: “Esperamos compartilhar nosso trabalho no próximo ano.”
O que se sabe até agora é que o dispositivo não tem como objetivo substituir o smartphone, mas sim propor uma nova categoria de produto. Segundo Altman, “assim como o smartphone não eliminou o laptop, o que estamos criando também não substituirá os celulares. É algo completamente novo”.
Design nas mãos de Jony Ive
Mesmo com a aquisição, a empresa de design LoveFrom, fundada por Ive, continuará operando de forma independente. No entanto, ela será responsável por desenvolver toda a linguagem visual dos produtos da OpenAI, tanto em hardware quanto em software.
Além disso, cerca de 55 profissionais da io, incluindo engenheiros e ex-executivos da Apple como Evans Hankey e Tang Tan, serão incorporados ao time da OpenAI. O lançamento dos primeiros dispositivos está previsto para acontecer em 2026.
Críticas aos concorrentes e ambições elevadas
Jony Ive foi direto ao avaliar as tentativas anteriores de criar dispositivos com IA, como o Humane Pin e o Rabbit R1. Para ele, “são produtos muito ruins” e não apresentam “novas formas de pensar expressas em design”. A crítica se reforça diante do fracasso da Humane, que precisou remover seu produto do mercado menos de dois anos após o lançamento devido a problemas como superaquecimento.
Do lado da OpenAI, as expectativas são altas. Sam Altman afirma que já testou um protótipo do novo dispositivo: “É a peça de tecnologia mais impressionante que o mundo já viu.” Uma afirmação audaciosa, considerando que ele está no centro dos avanços mais significativos da IA nos últimos anos.
Jony Ive finaliza com uma reflexão emocional sobre o projeto: “Tenho a sensação crescente de que tudo o que aprendi nos últimos 30 anos me preparou para este momento.”
O que esperar daqui para frente
A entrada da OpenAI no mercado de hardware, especialmente com o talento criativo de Jony Ive, tem o potencial de redefinir como interagimos com a inteligência artificial no cotidiano. Se a promessa se cumprir, 2026 poderá marcar o início de uma nova era na tecnologia — uma onde IA, design e utilidade se encontram em um novo tipo de dispositivo pessoal.
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