Musculação ou cardio: o que é mais eficaz para perder barriga, segundo Harvard

Musculação ou cardio: o que é mais eficaz para perder barriga, segundo Harvard

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A ideia de que é possível eliminar a gordura abdominal de forma localizada é um dos mitos mais persistentes no universo fitness. De acordo com especialistas, nosso corpo não queima gordura escolhendo áreas específicas — ele simplesmente decide onde agir. Mas isso não significa que não seja possível reduzir a gordura abdominal, especialmente a visceral, considerada uma das mais perigosas para a saúde.

Diferente da gordura subcutânea, localizada logo abaixo da pele e distribuída em regiões como braços, coxas e costas, a gordura visceral se acumula nas profundezas do abdômen, envolvendo órgãos vitais como fígado e coração. Essa camada invisível não pode ser eliminada por procedimentos estéticos, como a lipoaspiração, e está relacionada a uma série de problemas graves, incluindo doenças cardíacas, hepáticas, câncer e até demência.

Uma das formas mais simples de avaliar a presença desse tipo de gordura é medindo a circunferência da cintura em relação ao quadril. Para os homens, o ideal é manter essa relação em até 0,95. Acima de 1, o risco à saúde aumenta consideravelmente. Outros sinais de alerta incluem glicose elevada, ronco frequente, baixa testosterona e até dificuldade para engolir.

Mas afinal, qual é o melhor exercício para reduzir a gordura abdominal? Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Harvard, que acompanhou mais de 10 mil homens ao longo de doze anos, apontou que a musculação é mais eficaz na diminuição da circunferência abdominal do que os treinos aeróbicos tradicionais.

Isso ocorre porque o treinamento de força estimula o ganho de massa magra, o que eleva o gasto calórico mesmo em repouso. Ou seja, quanto mais músculo, maior a queima de calorias, inclusive daquelas armazenadas como gordura visceral. Além disso, exercícios de força aumentam a sensibilidade à insulina, fator importante no controle desse tipo de gordura.

Já o cardio moderado mostrou-se menos eficiente na redução da gordura visceral, embora treinos de alta intensidade, como o HIIT, tenham apresentado bons resultados quando combinados com musculação. O ideal, segundo especialistas, é adotar uma abordagem mista, mesclando sessões de força com estímulos aeróbicos intensos.

No aspecto nutricional, a proteína é um elemento-chave. Recomenda-se a ingestão entre 1,5g e 2,2g por quilo de peso corporal ao dia para sustentar a síntese muscular. Sem essa base, os treinos podem não oferecer os resultados esperados. A hidratação adequada — cerca de 2 a 3 litros por dia — e o consumo regular de fibras também são importantes para manter a saciedade e auxiliar no controle calórico.

Outro fator que não pode ser negligenciado é o sono. Um estudo publicado na revista Sleep Medicine mostrou que pessoas que dormem menos acumulam mais gordura visceral. O equilíbrio ideal parece estar em cerca de oito horas de sono por noite, o suficiente para regular hormônios importantes envolvidos no controle do peso e da composição corporal.

Portanto, para quem busca eliminar a gordura abdominal e melhorar a saúde geral, o caminho passa por uma combinação estratégica de musculação, alimentação equilibrada, sono de qualidade e, se possível, treinos aeróbicos intensos. Não existe fórmula mágica, mas sim consistência e abordagem correta baseada em evidência científica.

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