Um dos primeiros atos da nova gestão da Prefeitura do Rio em 2025 foi a publicação de 46 decretos, entre eles, a criação de um grupo de trabalho para estudar a inclusão da semaglutida, substância presente no Ozempic, no tratamento contra a obesidade nas Clínicas da Família. Essa iniciativa, liderada pelo secretário de Saúde, Daniel Soranz, visa oferecer o medicamento na rede pública a partir de janeiro de 2026.
Estudo e Implementação
O grupo, que inclui a Secretaria de Saúde, a Secretaria de Fazenda e a Procuradoria Geral do Município, terá 90 dias para apresentar os resultados do estudo ao prefeito. Segundo Soranz, as tratativas para aquisição do medicamento já estão em andamento, com negociações envolvendo a fabricante original Novo Nordisk e outras três empresas que produzirão versões genéricas após a quebra da patente. A compra será realizada por meio de licitação.
A previsão inicial é de disponibilizar 3 mil doses por mês para os pacientes atendidos nas Clínicas da Família. Apenas médicos da unidade, que já acompanham os pacientes regularmente, poderão prescrever o medicamento.
Redução de Custos com a Quebra de Patente
Atualmente, uma dose mensal de Ozempic custa cerca de R$ 1 mil. No entanto, com a quebra da patente e a entrada de novos fabricantes no mercado, espera-se uma redução significativa nos preços, o que viabilizará a popularização do medicamento.
Durante a campanha, o prefeito Eduardo Paes admitiu publicamente ter utilizado o Ozempic e prometeu torná-lo acessível à população, caso fosse eleito. A declaração gerou memes nas redes sociais, mas o prefeito defendeu a iniciativa como uma política pública de saúde. “Não se trata de estética, mas de saúde pública. Obesidade está relacionada a diabetes, problemas cardíacos e outras doenças graves. É fundamental que as pessoas mais pobres tenham acesso ao tratamento.”
O Que é a Semaglutida?
A semaglutida é uma substância aprovada no Brasil para o tratamento de obesidade e diabetes tipo 2, conhecida por sua eficácia em auxiliar na perda de peso e na melhoria da qualidade de vida. O medicamento é administrado por meio de canetas injetáveis e deve ser utilizado exclusivamente sob orientação médica.
Ao reduzir o apetite e aumentar a sensação de saciedade, a semaglutida pode ser uma ferramenta poderosa no combate à obesidade, mas precisa ser combinada com mudanças no estilo de vida, como alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos e sono de qualidade. A automedicação, além de perigosa, pode levar ao reganho de peso após a interrupção do uso.
Efeitos Colaterais
O uso de semaglutida pode provocar efeitos colaterais, especialmente relacionados ao sistema gastrointestinal. Entre os mais comuns estão náuseas e vômitos, mas outros sintomas podem ocorrer, como:
- Diarreia;
- Constipação;
- Gastrite;
- Refluxo ou azia;
- Dor abdominal;
- Sensação de cansaço e fraqueza;
- Flatulência;
- Cálculos biliares.
Por isso, o acompanhamento médico é essencial para minimizar riscos e garantir que o tratamento seja eficaz.

Impacto na Saúde Pública
Com a implementação desse protocolo, a Prefeitura do Rio busca oferecer uma alternativa de tratamento acessível para combater a obesidade, que é um problema de saúde pública crescente. A iniciativa pretende melhorar os índices de saúde da população, reduzindo a incidência de doenças como diabetes e problemas cardiovasculares.
A adoção da semaglutida na rede pública reforça a importância de políticas públicas voltadas à inclusão de tratamentos eficazes e ao acesso igualitário à saúde.
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